contraponto
O mestre de filosofia compete, em suma, entre duas aptidões fundamentais que necessitam ser transmitidas aos alunos. A primeira refere-se à filosofia em si, como matéria humana, fruto de mudanças históricas, do envolvimento e desenvolvimento humano em relação ao meio em que vive; contextualizada aos resultados atuais. A segunda envolve a subjetividade filosófica, a arte de filosofar, refletir; cabe à ele “ensinar” e estimular o pensamento autônomo a fim de que o aluno não seja mero repetidor de filósofos, mas possa criar uma consciência própria sobre os assuntos que o cercam – criar e recriar uma “autofilosofia” a partir de teóricos anteriores.
Para habilidades diferentes há diferentes metodologias. O ensino histórico não necessita de prévio conhecimento do aluno, introduzem-se os argumentos a partir do momento em que a aula caminha na linha do tempo. Porém ao mesmo tempo em que não existem pré-requisitos para essa, sua utilização pode ser cansativa visto que o aluno é passivo ao aprendizado, cabendo-lhe somente receber as informações sem aplicá-las.
Por outro lado, o ensino temático é dinâmico, pode utilizar-se com maior frequência da memória da classe, de sua vivência e conhecimentos prévios sobre certos assuntos. Gera participação e incita a individualidade filosófica.
Por fim, para que o aprendizado efetivo da filosofia se faça é necessária uma coligação entre as visões temática e histórica, a qual dá o repertório para que a anterior possa cumprir com maior eficiência sua função.