Contracultura
INTRODUÇÃO
O nosso interesse em pesquisar os movimentos de contracultura surgiu ao participar de um minicurso sobre o Cinema Marginal nos anos 1970 no Piauí, ministrado pelo professor Frederico Osanan Amorim Lima; ali tivemos a informação da existência de manifestações contraculturais na cidade de Teresina, sobretudo pela influência do poeta Torquato Neto. O visual daquela tribo 1 ocasionou-me um insight trazendo a memória as recordações de infância onde habitava as aventuras de uma banda de rock chamada Os Rebeldes. Cresci ouvindo as histórias lendárias dessa banda; a narrativa era ilustrada com dezenas de fotos pertencente ao guitarrista da banda, Antonio Bineta, meu conterrâneo. Logo a associação entre as imagens da banda e a estética contracultural do cinema marginal, ora estudado naquele minicurso, foram emergentes. Essas imagens constituíram uma ponte entre os movimentos de contracultura e a banda Os Rebeldes, o que despertou em mim um interesse de estudar o período e entender como se deu essas manifestações em Picos. Em conversas com Gilson Chagas sobre o meu desejo de estudar esse período, ele revelou-me estar escrevendo um livro sobre o assunto. É o meu primeiro contato com Música para Pensar (2009) e o último elemento decisivo para fechar o elo que me impulsionará a decisão de pesquisar o período. Assim, tomei conhecimento da existência dessa obra ainda em fase de idealização. A mesma será de grande importância para a compreensão do período estudado. Outro fato que me chamou atenção para o assunto foi uma matéria na revista Mais Foco, edição de janeiro de 2009, que traz uma reportagem intitulada: “O legado Cultural da Geração 83”, onde destaca a importância do momento cultural na cidade de Picos com lançamento de livros, discos e exposições de quadro. A matéria afirma que a cidade de Picos estava vivendo um apogeu cultural naquele momento. Os herois ali em destaque eram Gilson Chagas, lançando A Ferro e Fogo, Odorico Carvalho lançando seu primeiro