Contos de fadas renovados
Cristina Pellin De Bastiani UCS
Escrever é um ato solitário, solitário de um modo diferente de solidão. Escrevo com amor e atenção, ternura e dor e pesquisa, e quero de volta, como mínimo, uma atenção e um interesse. Clarice Lispector
Introdução A leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior. Ela amplia e aprimora o vocabulário e contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, pois possibilita o contato com diferentes idéias e experiências. Assim, é obrigação da escola desenvolver o gosto e o prazer pela leitura, tornando os estudantes capazes de compreender diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, de modo a formar leitores competentes e autônomos, contribuindo para a sua inclusão e interação na sociedade. Ao observarmos a prática utilizada na escola, percebemos que pouco contribui na formação de leitores competentes. Há evidências de que professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental 1 e Médio 2 de Escolas Estaduais de Caxias do Sul enfatizam o estudo da nomenclatura gramatical, através de exercícios mecanicistas, nos quais a reflexão e a interação aluno-professor e aluno-aluno é pouco expressiva. Devido a essas constatações, buscamos propor um projeto de leitura, voltado, especificamente, para o público de 5ª série do Ensino Fundamental, classificado por Aguiar (1986, p. 89) como 3ª fase de leitura (9 a 12 anos), quando ainda restam vestígios do pensamento mágico (dos contos de fadas, mitos e lendas), e o leitor começa a perceber mais o real à sua volta. Por esse viés, Bamberger (2006, p. 66-67) afirma que os contos de fada são uma maneira de transitar para as histórias que condizem mais com a realidade.
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Como requisito para a disciplina Leitura e Literatura na Escola, foi realizada a observação de uma 5ª série do Ensino Fundamental. 2 Como requisito para a disciplina Estágio I, foi realizada a observação de um