Contos Actividades
Histórias de vida das idosas, despoletadas no ocorrer das actividades realizadas no atelier da cortiça:
Dar à luz – como era realizado o parto outrora
Antigamente, a maior parte dos partos eram feitos em casa. Em casa, na aldeia, os partos eram realizados, geralmente por uma pessoa chamada de “habilidosa” para o fazer.
Quando chegava a hora, colocava-se de imediato uma panela com água ao lume, para ferver, para depois ajuda na higiene do bebé, uma tesoura para cortar o cordão umbilical e tratava-se logo de chamar a pessoa a quem chamavam de “habilidosa”.
Também diferente dos tempos de hoje é o período de “resguardo”, ou seja o tempo após o parto, onde ocorrem modificações psicológicas, mas principalmente físicas rápidas, todos os órgãos, principalmente os genitais se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do porto antigamente a parturiente tinha um “resguardo” diferente:
- Se dava à luz um menino, tinha que se manter em resguardo 31 dias;
- Se dava à luz um menino, tinha que se manter em resguardo durante 31 dias;
- Se dava à luz uma menina, tinha um resguardo de 30 dias;
Este período de resguardo consistia em não trabalhar, não sair de casa, porque segundo os mais velhos, nestes 30 ou 31 dias, havia um dia de perigo (tipo o diabo andar à solta) e caso a parturiente não o cumprisse, pode ser apanhada e ficar com graves maleitas para toda a vida.
Também no tipo de alimentação as coisas são muito diferentes (e estamos a falar do meio rural). A parturiente comia à base de caldos de galinha e migas de ovos. Mexia-se um ovo fora e depois de bem mexido juntava-se à água fervida com pão. Este tipo de alimentação ajudava na recuperação e ajudava para que a mãe tivesse leite para amamentar o bebé.
Evitava-se tudo por tudo levar o bebé para a rua, para o exterior da casa, antes de ser baptizado, porque podia apanhar uma “corrente de ar” e ficar com maleitas. Razão pela qual a maioria das crianças antigamente eram baptizadas com poucos