Conto
Nathan era uma criança calma, sem aprontar quase nada de malandragens e artes. Preferia ficar com suas folhas na mão, para quando quisesse desenhar, não ter impedimentos. Sempre teve que usar óculos, pois não conseguia enxergar bem nem de longe nem de perto. Para muitos, Nathan era considerado uma pessoa retraída e desligada, mas era exatamente o contrário, percebia tudo sem falar muita coisa. Sempre pensava bastante antes de agir.
Seu pai era contador, e por motivos do trabalho, ambos foram obrigados a sair de Chicago rumo à Nova York. Durante o dia, por vários anos, Patrick deixava seu filho na escola o dia todo enquanto trabalhava. Aos finais de semana, Patrick e Nathan saiam para ajudar as pessoas mais humildes, que moravam nas ruas. Nathan achava incrível essa atitude que seu pai tomava. Compravam cobertores, comidas, faziam café e iam distribuir para quem necessitava. Isso foi transformando a cabeça de Nathan, pois ele só queria fazer o bem, independente para quem fosse: jovens, adultos ou idosos.
Ao fazer dezesseis anos, Nathan e seu pai haviam saído para comemorar seu aniversário. Quando chegaram em casa, foram abordados por dois rapazes. Num momento de desespero e com nervos a flor da pele, Patrick foi morto em frente ao seu filho, num ato de covardia. Nathan viu tudo, sentiu tudo e perdeu o que para ele era o mais precioso, a sua família.
Não tinha outro jeito, Nathan estava só e deixou se levar pela depressão. Não tinha com quem contar para se recuperar, então ficou dois anos trancado dentro de casa, sem um rumo para seguir.
Com o susto passado um pouco, aos dezoito anos começou a pensar em tudo que seu pai representava e todas as boas