Cléber e Sumika Batista eram os pais de Amim Batista. Cléber era araraquarense, Sumika era descendente de tokianos. Conheceram-se quando Cléber comeu o yakissoba que os pais de Sumika faziam pra vender na feira da rua de cima. Foi amor à primeira vista. Casaram-se cedo, e, cedo também, tiveram Amim. Alguns amigos de Amim o chamavam carinhosamente de ‘’japa’’, outros o chamavam carinhosamente de ‘’preto’’. Assim era ele, uma mistura de sushi com feijão, de Pokemón com Turma da Mônica, de Jackmotors com Chevrolet, de Fukushima com Petrobras, enfim... de asiático com brasileiro. Amim tinha uma irmã, Maria do Socorro Batista, também misturada, misturada do que havia de mais belo na fusão das duas culturas. Maria do Socorro, ou Socorrinho para os íntimos, já havia ganhado o prêmio de Miss Comunidade da Favela. Seu sonho era ser miss Brasil, ficar famosa por 3 meses, se casar com algum cantor sertanejo com um hit emplacado na Europa, e garantir o futuro da família. Dona Sumika tinha um sonho mais simples: ganhar na Mega da Virada. Um belo dia, a mãe de Amim estava ocupada demais com o yakissoba e pediu que seu amado filho fosse até a lotérica jogar na Mega Sena, acumulada em 57milhões naquele ano de 2009. Dona Sumika jogava todo santo ano, mas nunca ganhava. Talvez tenha aprendido com seu marido, Cléber, a ser brasileira e não desistir nunca. Todo ano ela abria um biscoito da sorte e jogava os números do biscoito. Dessa vez, quando pediu que Amim jogasse, esqueceu desse detalhe do biscoito. Mas tudo bem, afinal, Amim tinha celular – todo pobre tem celular. Dona Sumika abriu um biscoito, ligou para Amim, e problema resolvido! E claro, dessa vez eles ganharam! A história terá um final feliz! Amim e sua família estavam ricos, mais que ricos, estavam milionários! Amim mudou seu nome para Eike Batista porque achava mais sonoro. Maria do Socorro, com o dinheiro, fez uma cirurgia de mudança de sexo. Dona Sumika abriu um restaurante de comida oriental. Cléber, o patriarca