CONTO SINHÁ SECADA
“UMA PROPOSTA DE DIREITO A PARTIR DO CONTO SINHÁ SECADA"
Há anos o dia a dia das pessoas, seus dilemas são transformados, tornam-se enredos para bons contos e historias narrativas ou não. No conto encontramos texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou determinado acontecimento, sendo que este pode ser real ou fictício. Posto que a narrativa costuma se apresentar de forma de prosa, mas também encontramos em versos. A narrativa esta presente em todos os tempos, todos os lugares, em todas as sociedades. Levando em consideração estas informações, a obra de Sinhá Secada, de João Guimarães apresenta aspectos narrativos. Retratando a vida de uma mulher sofrida que tem seu filho levado de seus braços, demonstra uma narrativa com característica de lirismo (exaltação dos sentimentos pessoais). Os traços de lirismo aparecem em evidencias em:
Vieram tomar o menino da Senhora. Séria, mãe, moça dos olhos grandes, nem sequer era formosa; o filho, abaixo de ano, requeria seus afagos. Não deviam cumprir essa ação, para o marido, homem forçoso. Ela procedera mal, ele estava do lado da honra. Chegavam pelo mandado inconcebíveis pessoas diversas, pegaram em braços o inocente, a Senhora inda fez menção de entregar algum ter, mas a mulher de cara corpulenta não consentiu; depois andaram a fora, na satisfação da presteza, dita nenhuma desculpa ou palavra
O lirismo se faz presente nesta primeira parte do texto, na introdução. Faz um referencial ao duro e triste momento de separação da mãe com o filho. Dando a entender que o filho fora retirado a força de seus braços, como fosse uma penalidade a ser cumprida. O que nos sugere no texto possivelmente ela cometera um crime, como pode ser visto na própria introdução em “ela procedera mal, ele estava do lado da honra.” Após a bruta separação, apresenta no texto o desespero da mãe, observado tal situação no segundo parágrafo:
Muitos entravam na casa então, devastada de dono.