Conto de mia couto
Trabalho de Literatura Africana.
Novembro, 2008.
Universidade Estácio de Sá
Trabalho de Literatura Africana.
Literatura Africana.
Código: LIN 0729.
Monike Braz da Silva.
Mat.: 20060209179-1. T.: 9004.
Curso de Letras
Profª.:Ângela Maria Thereza.
Novembro, 2008.
Análise do conto “Nas Águas do Tempo”, de Mia Couto, com abordagem principal em “O Narrador e a Memória Ancestral”.
O conto Nas águas do tempo, de Mia Couto, conta a historia de um avô que leva seu neto todos os dias a um rio com a finalidade que ele veja o pano branco para o qual acena no outro lado da margem, no “outro mundo” como o narrador descreve. O neto, entretanto, não enxerga nada, e também não entende muito bem os propósitos de seu avô até que em mais um dia de passeio, o menino sente vontade de descer à margem e inesperadamente é sugado pelas águas, até que a imagem do pano branco aparece, seu avô acena e o menino repete o gesto por obediência, sem nada ver ainda. Após uma explicação do avô, eles retornam ao rio, e então o menino enxerga a visão, compreende as lições que seu avô queria transmitir e as transmite a seu filho. Este conto, estruturado em forma de diálogo e apresentado com narrador em 1ª pessoa, no caso, o neto conta a história, é uma metáfora para a transmissão de conhecimentos através de gerações, da cultura local, dos ancestrais, que com o passar do tempo foi se perdendo. Mostra uma tentativa de resgate dos valores culturais para as gerações mais novas, valores que devem ser repassados pelas gerações mais antigas, assim como os griots (velhos sábios) contavam histórias e transmitiam seu conhecimento e sua ligação com os ancestrais aos mais novos. Essa perda de transmissão de conhecimento, ligação com a espiritualidade através da expansão do olhar pode ser exemplificada no trecho destacado: