Conto de escola
O conto é ambientado no Rio de Janeiro, e com isso se situa o espaço exato, com dia, mês, ano e o local por onde se passa a historia.
A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de l840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant'Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema.
Pilar, narrador-protagonista, se descreve como, não era um menino de virtudes, assim considerando um menino de rua, mas “Custa-me dizer que eu era um dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos”.
Mas ao contrario dele Raimundo, que era seu amigo de escola, filho do mestre (professor) e o corruptor da historia, “era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas para reter aquilo que a outros levava trinta ou cinquenta minutos (...). Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre”.
Curvelo, que também é considerado um menino de rua pelo personagem, e o delator da historia “Esse Curvelo era um pouco levado do diabo” “Olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com