Filho de fazendeiro, nascido em são Paulo, marxista como demonstra nos capítulos dedicados à transição do Império para a República e as relações com o capital estrangeiro – principalmente inglês - e no capítulo que se refere ao imperialismo econômico. a presença deste caráter marxista é totalmente justificável considerando-se a época em que o livro foi escrito e as idéias em voga nos círculos intelectuais daquele período. Assim, o autor nos apresenta os fatos sob um ponto de vista diferente sobre a real exploração que nosso país sofreu. Exploração esta não tanto por parte de Portugal – nossa metrópole e figura de segundo escalão na economia mundial desde o século XVIII - mas sim pelos países de capitalismo desenvolvido, possuidores de capital suficiente para se arriscarem em atividades especulativas exteriores e ávidos por recursos largamente disponíveis em nosso país. O interesse do autor pela geografia será um ponto marcante na obra, inclusive que a diferenciará da outra obra referência no assunto, Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Os fatores geográficos do Brasil já se mostram presentes no primeiro capítulo daobra, quando o autor recorre a uma explanação da geografia regional do país. Enquanto isto, Furtado tratará em seu primeiro capítulo sobre os processos das “Grandes Navegações”, da conquista do “Novo Mundo” por espanhóis e portugueses, da primeira atividade econômica realizada no Brasil, até o estabelecimento da empresa agrícola produtora de cana-de-açúcar. a característica que mais aproxima Prado Júnior de Furtado quanto ao método de análise seja o grande valor dado às relações do Brasil com a economia mundial. Apesar de privilegiar fatores externos ao país em suas análises, nem Furtado nem Caio Prado Júnior caem no problema de apresentar uma análise incompleta. Pelo contrário, conseguem passar aos leitores um panorama bastante abrangente do Brasil, Narrativamente, História Econômica do Brasil é muito bem escrito, com longas