Continuidade dos Parques
Ao começar a ler percebemos que seremos leitores de um leitor, pois temos um personagem leitor, que deixou seus negócios para continuar a ler o romance, um homem rico, esta em sua bela casa que é cercada por um parque de carvalhos, encontra-se sozinho no seu escritório, sentado na sua poltrona preferida, aquela de veludo verde. Ele senta-se de costas para a porta, como se com isso pudesse evitar qualquer possibilidade de interrupção da sua leitura. No decorrer da história nosso leitor nos mostra o quanto estava se envolvendo com a trama. O conto é quase uma realidade, onde o personagem leitor deixa levar-se pela história e principalmente mostrando o quanto confortado está em sua poltrona de frente ao parque de cavalos “Gozava do prazer meio perverso de se afastar, linha a linha, daquilo que o rodeava, a sentir ao mesmo tempo que sua cabeça descansava comodamente no veludo do alto respaldo, que os cigarros continuavam ao alcance da mão, que além dos janelões dançava o ar do entardecer sob os carvalhos”. Dentro da história existe uma mulher e o seu amante, ambos dispostos a viver essa paixão e enfrentar barreiras, uma delas, o marido. Dentro da cabana onde eles se encontram, a mulher encontra o amante ferido, e junto dele um punhal, o punhal representa esperança, representa a liberdade de viver às claras o seu amor. Enfim se separam como diz o conto “ela se afasta para o outro lado enquanto ele , se dirige para a casa.” E tudo sai conforme o combinado, como diz no próprio conto "o cachorro não deveria latir e não late, o mordomo não deveria estar e não estava". O amante ao entrar na casa confirma o que a mulher disse, “primeiro uma sala azul, depois uma varanda, uma escadaria atapetada. No alto, duas portas. Ninguém no primeiro quarto, ninguém no segundo. A porta do salão, e então o punhal na mão”. Ao entrarem no quarto o encontram lá, em uma poltrona de veludo um homem lendo um romance. O conto termina antes de que o