contextualização
INTERVENCIONISMO ESTATAL E POLÍTICAS DE
DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA LATINA1
Renato Boschi*
Flavio Gaitán**
Este trabalho analisa as dinâmicas dos países latino-americanos na última década, cuja característica distintiva é o enfraquecimento da hegemonia neoclássica e uma retomada de trajetórias de intervenção estatal na economia. A análise está centrada nos vetores constitutivos de uma agenda neo-desenvolvimentista e no papel que o Estado deve desempenhar na retomada do crescimento e do desenvolvimento sustentável. Focaliza-se o papel que o regime político e as instituições de governo cumprem no processo econômico, sugerindo-se que não haveria possibilidade de crescimento e desenvolvimento sem um Estado forte.
Diferentes trajetórias constituem a base a partir da qual operam um conjunto similar de intervenções delimitando um campo para a atação de novos governos, cujos instrumentos e margens de ação dependerão de um conjunto de características institucionais e de contexto que pautam a governabilidade e, em última análise, a natureza das políticas econômicas.
PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento, América Latina, instituições políticas, Estado, mercado.
S
e sabe, los períodos de transición duran una
O progressivo enfraquecimento do eternidad” neoliberalismo, como modalidade discursiva que
Jean Paul Fitoussi
INTRODUÇÃO
Este trabalho analisa as dinâmicas dos países latino-americanos na última década, na qual a característica distintiva é o enfraquecimento da hegemonia neoclássica e uma retomada de trajetórias de intervenção estatal na economia, observando-se uma diversidade de caminhos neodesenvolvimentistas. Nesse sentido, pretende representar uma contribuição à abundante bibliografia que foi produzida nos últimos anos sobre o papel do Estado e dos atores públicos e privados num processo de desenvolvimento.
* Professor Titular no programa de doutorado em Ciência
Política IUPERJ/UCAM.
Rua da Matriz, 82 -