contextualização
Paulo de Tarso Galembeck (UEL) ptgal@uel.br Temos a capacidade de receber novas informações e, assim, entendermos o que se passa ao redor, porque as informações adquiridas associam-se à rede de representações conceituais de que dispomos.
Nesse sentido, nada nos é totalmente novo e aquilo que não entendemos consiste em informações que não conseguimos associar à nossa rede de relações. Essa rede, ainda que parcialmente, é partilhada pelos membros de uma comunidade, e, nesse partilhamento, cria-se o contexto cultural comum nos membros do grupo. Dessa forma, a transmissão de informações deve estar associada à criação (ou recriação) desse contexto comum, por meio de procedimentos discursivos variados.
Este trabalho discute esses procedimentos de contextualização, a partir do quadro teórico da Lingüística Textual. Para tanto, efetua-se, inicialmente, um quadro da evolução dessa disciplina e da própria noção de contexto. Em seguida, discutem-se, a partir de exemplos, os procedimentos mencionados.
A TRAJETÓRIA DA LINGÜÍSTICA TEXTUAL
A evolução do sentido de contexto acompanha a trajetória da
Lingüística Textual e, desse modo, expõem-se os passos da evolução dos estudos do texto.
Koch (2004, parte I) enuncia, de forma circunstanciada e abrangente, os três momentos da Lingüística Textual: as análises interfrásticas (ou transfrásticas), as gramáticas de texto e a Lingüística Textual.
Análises Transfrásticas
Na fase das análises interfrásticas, o texto ainda não era considerado um objeto autônomo, nem constituía o objeto de análise em si, pois o percurso ainda era da frase para o texto. Com efeito, as análises interfrásticas surgiram da observação de que certos fenômenos ultrapas-
sam os limites da frase simples e complexa, que constitui a maior unidade de análise para a Lingüística Estrutural e Gramática Gerativa.
Os temas que constituem o objeto das análises transfrásticas são explicitados a partir do