Contexto
A meningite é uma doença que acomete as populações de distintas partes do mundo. Seus agentes etiológicos são, principalmente, vírus e bactérias, além dos fungos, os quais se tornaram relativamente rotineiros após a pandemia de AIDS, ocorrida a partir do início dos anos 80. Estes patógenos, entretanto, têm distribuição e predominância variadas, dependendo das características particulares de cada região.
Conhecida desde a Antiguidade, quando alguns médicos importantes da história, como Hipócrates, Galeno e outros, já faziam referência à mesma, foi apenas em meados do século XVII, mas precisamente em 1661, que Thomas Willis fez a primeira descrição detalhada da meningite, na sua forma epidêmica, em “A description of an epidemical fever” (Schreiber & Mathys, 1991). Entretanto, só dois séculos mais tarde, em 1887, é que o primeiro agente patogênico desta enfermidade, a Neisseria meningitidis, foi isolado”, Quincke padronizou a realização da punção lombar com fins propedêuticos”. A partir de então, os demais agentes etiológicos bacterianos, foram sendo gradualmente identificados.
Conquanto se tenha adquirido maiores conhecimentos sobre a patogenia dos agentes bacterianos, bem como o desenvolvimento de vacinas eficazes e surgimento de medicações mais potentes, esta enfermidade continua preocupando bastante devido à sua, ainda considerável, morbidade e mortalidade. As meningites provocadas por estes patógenos podem deixar seqüelas bastante graves como, por exemplo, acusia, tetraparesia, déficit motores severos, convulsões e outros, podendo, inclusive, conduzir à morte. Existem ainda formas de apresentação clínica extremamente severas, como aquelas associadas às sépsis, ou às meningoencefalites, as quais são muito mais graves, podendo levar à morte em apenas algumas horas. Anos mais tarde, após o descobrimento das bactérias na etiologia das meningites, surgiu em 1925 o termo “meningite asséptica”, descrito por Wallgren, para designar aquelas infecções