Contexto histórico do livro "Morte e Vida Severina"
Contexto Histórico
A submissão a grandes latifundiários, humilhantes condições de vida e sujeitos ao domínio da elite, ontados,não como cidadãos mas como cabeças induzidas ao voto cabresto por oligarquias do passado e do presente que impedem o futuro de uma terra e um povo conduzidos ao bel prazer do latifúndio ,alienados talvez pela miragem da seca ,pela busca de um copo de água e um prato de comida ou pela indiferença da sociedade que permite que a miséria habite uma região tão produtiva e rica fazendo dela a mais miserável do Brasil deixando –se levar pelo que alega os que são pagos para nos programar.
“por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.”
(pag. 91 – cena 1)
Coronelismo
O coronelismo foi um sistema de poder político que vicejou na época da República Velha (1889-1930), caracterizado pelo enorme poder concentrado em mãos de um poderoso local, geralmente um grande proprietário, um dono de latifúndio, um fazendeiro ou um senhor de engenho próspero. Ele não só marcou a vida política e eleitoral do Brasil de então como fez por contribuir para a formação de uma clima muito próprio, cultural, musical e literário que fez da sua figura um participante ativo do imaginário simbólico nacional. Identificado com o Brasil do passado, agrário, rústico e arcaico, ele ainda sobrevive em certas comarcas e em certos estados do Nordeste brasileiro como o poderoso "mandão local", uma espécie de velho barão feudal que, desconsiderando as razões do tempo e da época, insiste em manter-se vivo e atuante.
Na verdade, o coronel, personificação mais acabada do poder privado no Brasil, mandava num pequeno país do qual ele era um imperador com poder de vida e morte sobre os seus (ainda que não reconhecido juridicamente). Os moradores eram-lhe inteiramente obedientes, poucos ousando desafiar-lhe a autoridade ou disputar-lhe o mando, a não ser que por perto um outro coronel o desafiasse.