Contação de histórias: identidade cultural do campo

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: SABEDORIA POPULAR E IDENTIDADE CULTURAL DO CAMPO

Marciane Aparecida C. Silva Pereira[1]
Cecídia Barreto Almeida[2]

RESUMO

O presente estudo, Contação de Histórias: Sabedoria Popular e Identidade Cultural do Campo, visou resgatar a tradição da arte de contar histórias através da implantação de oficinas de contação de histórias na Escola Municipal Ludovina Francisca Pereira nos meses de fevereiro e março de 2011, como forma de valorizar a comunidade do campo, sua cultura e saber. Para se compreender o papel que a contação de histórias representa, procedeu-se o estudo do referencial teórico acerca do tema e, sob o embasamento teórico de autores como Abramovich (2003), Dohme (2000) e Caruso (2010), os dados obtidos na pesquisa de campo foram interpretados e analisados. A pesquisa de campo se constituiu da análise do processo de contação de histórias no campo nos dias atuais, através da observação sistêmica e da entrevista com moradores da Comunidade Jatobá, na qual a escola está inserida, a fim de verificar como as narrativas orais, marcas identitárias do povo do campo, ainda influenciam a vida das pessoas. Buscou-se ainda, analisar, através da aplicação de questionários a alunos, os benefícios e relevância do trabalho sistematizado com histórias da comunidade em sala de aula. Como resultado foi possível perceber que a escola precisa dar voz à oralidade dos alunos e abrir espaço para a contação de histórias enquanto ferramenta pedagógica importante para o desenvolvimento global das crianças.

Palavras-chaves: Contação de história, Comunidade, Escola, Identidade e Campo.

1. INTRODUÇÃO

É sabido que contar histórias é uma antiga forma de comunicação humana que se estende aos dias de hoje. Isso porque ouvir e contar histórias é algo inerente ao ser humano, já que desde a infância esse hábito começa a fazer parte da vida das pessoas, refletindo, na maioria das vezes, todo o curso de sua história. A