Contar historias uma arte sem idade
Era dia de eclipse parcial do Sol. As professoras, curiosas deixaram suas classes para apreciar de uma varanda o espetáculo. Quando entrei na “minha sala”, os tamancos cruzavam-se no ar, não lhes devo ter causado nenhuma impressão de “autoridade”. Tentei lembrar os ensinamentos dos professores de Didática. Num relance, a intuição: vou contar uma história. E comecei: -Era uma vez um macaquinho que...Risos. E o silêncio se fez, interrompido somente para cantarmos.(p.07) Cada vez que conto histórias há um grupo novo penso já haver esgotado minha experiência de contadora de histórias. Sinto-me como um menestrel dos tempos antigos, a deslumbrar-me com a riqueza da comunicação que a oralidade oferece. Afinal, quem não se lembra de alguma história ouvida na infância? Perde-se na noite dos tempos a origem da arte de narrar.(p.08) Lida com matéria prima especialíssima, mas pode ser desenvolvida, cultivada, desde que se goste de crianças e se reconheça a importância da história para elas.(p.09) Toda aula tinha história e ensinar literatura infantil tornou-se fascinante, com resultados imediatos. A história faz todos sorrirem, a aula passa a ser uma divertida brincadeira e gente grande volta a ser criança.(p.10) A força da história é tamanha que narrador e ouvintes caminham juntos na trilha do enredo e ocorre uma vibração recíproca de sensibilidades.(p.11) História aquieta, serena, prende a atenção, informa, socializa e educa. Descobrir isso e praticá-lo é uma forma de incorporar a arte à vida. (p.12)
Entendo que contar histórias é uma arte, onde exercemos o dom da criatividade de forma que prendemos a atenção e desenvolvemos a imaginação das crianças e do público adulto conseguiremos