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Estávamos em 1969, quando Amílcar Lopes Cabral assumiu no Seminário de Quadros do Partido, o seu profundo empenho, dedicação e lealdade com a luta de libertação nacional, “Jurei a mim mesmo que tenho que dar a minha vida, toda a minha energia, toda a minha coragem, toda a capacidade que posso ter como Homem, até ao dia em que morrer, ao serviço do meu povo na Guiné e Cabo Verde. Ao serviço da causa da humanidade, para dar a minha contribuição na medida do possível, para a vida do homem se tornar melhor no mundo.
Apenas depois do seu assassinato, na madrugada de 21 de Janeiro de 1973, o mundo dava conta da perda de um dos mais importantes políticos e intelectuais africanos da história do século XX.
Para a propaganda do governo português, Amílcar Cabral era um bandoleiro, um terrorista, um criminoso a soldo de potências estrangeiras.
Só depois da sua morte, os jornais portugueses falariam dele como aluno brilhante, engenheiro competente, hábil diplomata, dirigente africano prestigiado em todo o mundo e até poeta e Cultor da língua portuguesa. Para os seus companheiros de luta e admiradores, Amílcar Cabral foi, e continua a ser, um grande revolucionário.
Nascido na Guiné portuguesa, educado em Cabo Verde e na universidade de portuguesa, profissional no campo da agronomia em Portugal e nos territórios colonizados, Amílcar Cabral foi actor de um percurso único, sedimentado nos tempos duros da dominação colonial portuguesa quando, fora de Portugal e do seu império, movimentos intelectuais, ideias políticas e acções culturais procuravam libertar o homem colonizado africano das malhas do colonialismo e da opressão.
É com base nesta breve descrição que ressaltamos a necessidade de analisar as estratégias políticas e culturais de Cabral para a conquista da independência da Guiné e Cabo Verde, procurando o que foi produto da colonização portuguesa, mas sobretudo apurar como integrou contribuições teóricas internacionais e africanas, que em meados do