Contabilidade social
Luiz Carlos Bresser-Pereira Yoshiaki Nakano
Apostila da FGV/SP:EC-MACRO-L-9, agosto de 1972.
A Contabilidade Social é o conjunto de estatísticas de ordem econômica, preparadas e sistematizadas com o objetivo de possibilitar uma visão quantitativa, a mais precisa possível, da economia de um país. É uma síntese contábil dos fatos que caracterizam a atividade econômica de um país. Hoje, praticamente, não existe nenhum país que não tenha a sua Contabilidade Social, através da qual se pode ter uma visão relativamente exata do estado econômico do país e do seu ritmo de crescimento. O estudo da Contabilidade Social não é recente, pois, já nos fins do século XVII se começa a utilizar o conceito de renda nacional. Apoiada no estudo deste conceito, a Contabilidade Social desenvolve-se e neste século, particularmente depois de 1920, os estudiosos começam a reconhecer uma pluralidade de conceito de renda (produto, renda, despesa, a preços de mercado, a custo dos fatores, etc.). Os problemas econômicos do após guerra vão acelerar os estudos da Contabilidade Social, e aqueles conceitos de renda nacional vão ser integrados em uma estrutura mais ampla, o sistema de contas nacionais, que descrevem as principais operações da economia relacionando os mais importantes setores econômicos. Desenvolve-se, concomitantemente, complementando o sistema anterior, um sistema de registro das transações inter-industriais (Input-Output) no sentido de proporcionar uma visão estatística da interdependência do sistema econômico (Leontief). Desenvolve-se, também, mais recentemente, um novo sistema, o de fluxos financeiros que visam registrar todas as transações realizadas entre os diversos setores e são efetuados através da moeda e do crédito. Todos esses sistemas citados até agora trabalham com conceitos de ‘fluxos’, isto é, o que foi produzido, consumido, pago, recebido, etc., ‘por unidade de tempo’. Em contraposição a fluxos existem as variáveis ‘estoques’, que