CONTABILIDADE SOCIAL 4 Parte REVISADA WR
2010
A CONTABILIDADE SOCIAL
Quarta parte
2.3 - DA CONTABILIDADE SOCIAL À MACROECONOMIA
Já comentamos, no início do Capítulo 1, a importância que teve, para a definição do formato e do conteúdo do sistema de contas nacionais, a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John Maynard Keynes. Assim, do ponto de vista da evolução das idéias e do aprimoramento da caixa de ferramentas dos economistas, o caminho foi inverso àquele que aqui faremos.
Em realidade, foi a partir da teoria macroeconômica, que teve seu nascimento com a publicação da Teoria Geral, em 1936, que foram envidados todos os esforços para a construção de um sistema a partir do qual pudesse ser observada a evolução dos agregados que são de fundamental importância na avaliação da performance econômica de um país. Portanto, foi partindo da macroeconomia que se chegou às contas nacionais.
Fazendo o caminho inverso, mostraremos de que maneira as contas nacionais denunciam as relações sistêmicas (derivadas da teoria keynesiana) que lhes deram origem, as quais, de uma maneira ou de outra, ainda presidem senão os desenvolvimentos teóricos contemporâneos na área de macroeconomia, seguramente as análises quanto a crescimento, formação bruta de capital fixo, relações externas e outras tantas variáveis determinantes na análise evolutiva das economias reais.
Essas considerações são importantes não apenas por conta do necessário registro histórico, mas também em função de uma questão metodológica. Na Seção 1.2, afirmamos que uma identidade contábil não implica nenhuma relação de causa e efeito entre as variáveis que a constituem. Poderia, portanto, parecer contraditório pretender agora derivar relações de causalidade a partir das identidades expressas nas contas nacionais.
Contudo, é preciso lembrar que o objetivo maior de Keynes, ao escrever a Teoria Geral, foi contrapor-se à teoria econômica então dominante (a teoria neoclássica1, de orientação