Contabeis do mal
O filme começa nos apresentando um homem de meia-idade que trabalha como professor de ensino médio. Rainer é anarquista, ouve o punk-rock dos anos 70 e tem forte presença de espírito, o que faz com que conquiste o respeito das classes que ensina, além de diversos atritos com os outros professores dos colégios onde trabalha, sendo justamente um desses atritos internos que faz com que Rainer assuma uma classe de ensino médio aplicando uma matéria ironicamente avessa a seu comportamento: Autocracia. Rainer, após muito relutar, aceita o desafio e começa as suas aulas, tentando explicar a um desinteressadíssimo grupo o que seria uma autocracia. Ao frustrar sua primeira tentativa, o professor resolve então aplicar aos alunos uma espécie de experiência pedagógica, na qual seriam reproduzidas na sala várias estratégias de liderança nazistas. Os alunos representariam o povo, enquanto o professor, o ditador em vigência. Foi então instituído para a sala um slogan (Poder, Disciplina e Superioridade), um símbolo gráfico representando o grupo, e, dentre outras coisas, o nome “A Onda”.
No filme “A Onda” a experiência, de forte cunho teatral, começa a fazer com que os adolescentes entendam como funcionava o sistema autocrático e como a sensação de estar em um grupo fazia com que se sentissem superiores a outras pessoas. Porém, tal prazer começa a ser levado a sério por um grande número de alunos da sala, que, ultrapassando o nível de interpretação, começam a desenvolver manifestações de vandalismo na cidade, bem como agressões e opressão àqueles que não são do grupo. Forma-se, então, uma verdadeira autocracia dentro do colégio, excluindo os que não eram pertencentes à “raça” escolhida, e a coisa começa a sair de controle.
Um trecho do discurso do professor Rainer aos alunos, no fim do filme, ilustra bem o que ocorreu naquela escola: “Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores”. Todos vocês teriam sido bons nazifascistas.