Cont pública
Com base nos modelos econômicos, podemos listar algumas consequências da elevação do déficit orçamentário através de redução de impostos: * o aumento na renda disponível provoca elevação do consumo e redução da poupança; * a redução da poupança eleva a taxa de juros e desestimula o investimento; * um menor nível de investimentos levará a um menor nível de produto/renda; * com base no modelo IS-LM-BP, teremos elevação da demanda, do produto e do nível de emprego apenas no Curto Prazo; * no Longo Prazo, os efeitos serão apenas a elevação no nível geral de preços; * com a redução da poupança, temos superávits na conta de capital e déficit na conta-corrente, implicando em endividamento da nação; * há ainda uma valorização da moeda nacional, desestimulando a importação e amenizando o efeito expansionista da política fiscal.
Com base nos itens expostos, a ação proposta seria condenável. Embora todas as afirmações acima estejam teoricamente corretas, os economistas denominados "ricardianos" chegam a conclusões totalmente opostas.
A concepção ricardiana da Dívida Pública
Na verdade, o que desestrutura o pensamento tradicional acima é a afirmação de que o consumo não se alterará diante de uma redução de impostos sem correspondente redução dos gastos.
"Em algum momento do futuro, o governo terá de aumentar os impostos para liquidar sua dívida e os juros acumulados. (...) esta política representa uma redução nos impostos no presente e um aumento no futuro." (N. Gregory Mankiw)
Parte-se das expectativas que os agentes têm de que a redução dos impostos será transitória, visto que o déficit gerado deverá ser coberto em algum momento no futuro. Com base na teoria do consumo de Milton Friedman, uma renda disponível transitória não é consumida e sim poupada.
É interessante notar que uma situação inversa também poderia ser tratada por essa teoria: uma simples redução nos gastos do governo geraria uma