Consumismo infantil

ONDE OS VALORES SE INVERTEM
Tamyris Cristina F da silva
CSTDG – Manhã 2º período

Até que ponto podemos considerar construtivo a precocidade de nossas crianças? A corrupção da infância e a deturpação de sua condição nunca foram tão mensuráveis e relevantes quanto hoje. Há 15 anos, era comum avistar crianças brincando de pique, bola e empinando pipa. Hoje, temos verdadeiras legiões de adultos em miniatura, reclusos em um mundo virtual, obcecados pelas telas brilhantes de seus celulares.
A psicologia do consumo tem como seus principais alvos as crianças. A imaturidade, as ideias em formação e a vulnerabilidade cognitiva fazem com que sejam economicamente manipuláveis. Os desenhos na embalagem, as cores, a linguagem... tudo é pensado para chamar atenção da criança, até mesmo de produtos que não são destinados a ela. É inegável o poder e o apelo da imagem perante qualquer pessoa, porém, temos mecanismos naturais para controlar nossos anseios, salvo alguns casos. No entanto, aos olhos da criança, a avalanche de propagandas com forte apelo emocional influencia não apenas no que ela é hoje, assim como no adulto que irá se tornar.
Na década de cinquenta, foi introduzida a ideia de incentivo ao consumo, por Victor Lebow, e deixamos de adquirir nossos bens só por necessidade. A era do estímulo ao desejo. Justamente o desejo que move o mundo de uma criança. O desejo pelo novo. E ao longo dos anos que se seguiram, as crianças afetadas pela primeira onda de consumo hoje se tornaram nossos pais. Programados para esse novo “Layout”.
Embora o crescimento econômico gerado pelo consumo exacerbado seja evidente e se caracterize como um aspecto positivo, as consequências diretas desse consumo infantil sem limites nos revela uma geração de crianças com sobrepeso, depressivas e precoces. E a precocidade pode se revelar uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que temos uma geração mais esperta e adiantada, os índices de gravidez entre adolescentes e pré-adolescentes vem crescendo