consultorio de rua
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, entre 2007 e 2008, em 71 municípios recenseados, foram encontradas 31.922 pessoas morando nas ruas. Apenas no Estado de São Paulo, no ano de 2003, foram contabilizados 10.339 moradores de rua. Entre os principais motivos para viver na rua, estão o consumo de álcool e drogas (35,5%), desemprego (29,8%) e desavenças familiares (29,1%). Essa população sofre com riscos à saúde relacionados à violência; variação climática; alimentação incerta; relações sexuais; falta de acesso à água limpa e locais para higiene pessoal e necessidades fisiológicas; sono inadequado; e muitos outros fatores. Os moradores de rua também sofrem com questões psicossociais, e o estigma é um grande motivo de sofrimento emocional para eles.
O acesso dos profissionais de saúde à população de rua é complexo. Além das dificuldades para realizar anamnese e exames físicos, tais profissionais lidam com pacientes que apresentam baixa adesão ao tratamento, falta de acesso ao serviço e acompanhamento. A vida nas ruas possui uma psicodinâmica que começa com os fatores que levaram o indivíduo a ir para as ruas e vai até a sua vivência. Diversas ferramentas foram pensadas para atuar de maneira efetiva na promoção da saúde entre a população que vive em situação de rua. Da junção entre o programa Consultório de Rua (equipe itinerante com foco na saúde mental) e do programa Estratégia da Saúde da Família Sem Domicílio (ESF com equipes específicas para atenção integral à saúde da população em situação de rua), foi criado o dispositivo Consultório na Rua, que consiste em uma equipe itinerante para atenção integral à saúde da população em situação de rua. As equipes de Consultório na Rua são formadas pelos chamados agentes sociais, ou seja, profissionais de diversas áreas que desempenham atividades para garantir atenção, defesa e proteção às pessoas em situação de risco pessoal e social.