COnsulta copa do mundo
Jeitinho brasileiro
José da Silva, negro, semi-analfabeto, 44 anos, cidadão brasileiro, morador em favela na periferia da Zona Leste de São Paulo, casado, três filhos pequenos, desempregado, vivendo da venda de latinhas de alumínio e do dinheiro de faxinas esporádicas da sua mulher, é informado por esta que um de seus patrões, dono de um supermercado, esta precisando de carregador em sua loja.
Vai até a loja em busca pela vaga, apresenta-se, conversa com o dono, que prontamente se sensibiliza com sua situação, gosta muito dele e em consideração pela sua esposa que é uma ótima faxineira, dispensa os outros 13 candidatos, e decide contratá-lo.
Para tanto, precisa que ele esteja na loja no dia seguinte às 8 horas com a carteira de trabalho, caso contrário, perde a vaga.
José, volta para casa feliz e contente com o emprego conquistado, procura a carteira de trabalho, e para seu desespero percebe que a perdeu - lembrou que foi levada pela última enxurrada que inundou seu barraco.
Em pânico, com medo de perder a vaga, volta à loja, conta seu drama ao futuro patrão e solicita mais um dia de prazo para tirar o documento, consegue a concessão.
No dia seguinte madruga na fila da Junta do Trabalho para fazer a nova carteira de trabalho.
Após duas horas de fila para ser atendido, a funcionária, com um mal humor ímpar – típico de funcionário público - informa que o documento somente ficará pronto dentro de alguns dias, já que este é o procedimento padrão pelo qual todos, sem exceções, devem passar.
Nosso personagem fica desesperado, humildemente conta toda sua história, com rigor de detalhes, para a funcionária. Ela pára, pensa, repensa e discute, fala que não tem como, que esta é a regra, e tem que ser seguida...
Mas o Zé não se dá por vencido, choramingando suplica implora e depois de muita persistência sensibilizada a