Construção da Identidade Nacional Brasileira
A noção moderna de "nação" é um processo social de luta contra ideias rivais.
Como toda ideia está ligada a interesses econômicos e políticos de toda espécie, esse tipo de luta é quase sempre difícil e lenta, e muitas vezes sangrenta. E no Brasil não foi diferente.
As guerras e rebeliões ocorridas no século 19 demonstram a resistência que a ideia de nova nação teve que enfrentar para se sobrepor aos interesses econômicos e políticos locais de todo tipo.
Uma nação se constitui apenas quando os nacionais se identificam em alguma medida significativa. Portanto, quando se identificam como "brasileiros" e não mais como gaúchos, paulistas ou pernambucanos.
A nação implica uma generalização de vínculos abstratos, dentro eles o mais importante é a noção de cidadania, que estabelece direitos e deveres iguais para todos os membros da nação.
A questão é como tornar esse mito atraente para as pessoas comuns que se identificam muito mais facilmente com seu vizinho. A nação tem que disponibilizar ideias e imagens que devem ser poderosas o suficiente para se contrapor em relação às lealdades locais e com os exemplos concorrentes dos "outros externos". No caso dos grandes países latino-americanos, os Estados Unidos.
Os brasileiros nunca se comparam com a Bolívia ou a Guatemala, nem mesmo com a Argentina. Nos comparamos obsessivamente com os Estados Unidos.
Apesar de algumas similitudes, como extensão territorial, tamanho populacional, tempo de colonização e importância da escravidão, diversas são as diferenças: riqueza e afluência de um lado, pobreza e marginalidade social do outro.
O tema do mito nacional necessita ser internalizado pelas pessoas comuns como algo seu, como algo indissociável de sua personalidade pessoal. A construção do mito nacional tem que ser o caminho para a construção da identidade nacional.
A noção de comunidade compartilhada é constituída pela lembrança real ou imaginária de uma tradição