Construcionismo e supervisão pedagógica
1- O paradigma fabril
O mundo viveu num ambiente sustentável até meados do século XVIII, quando James Watt inventou a máquina a vapor e com esta surgiram grandes fábricas nas cidades, a melhoria dos transportes marítimos e o aparecimento do transporte ferroviário. A transformação das matérias-primas deixou de ser feita à mão (manufatura) passando a ser confecionada pelo tear mecânico. A abundância de matérias-primas, de capitais e de um vasto mercado consumidor (metrópole e colónias), resultante dos Descobrimentos, as fábricas criaram emprego, mas a mão-de-obra disponível provinha das zonas rurais (êxodo rural) que não tinha hábitos de trabalho fabril. Um século mais tarde os operários continuavam a usufruírem baixos salários, trabalhavam várias horas diárias num ambiente impregnado de fumo e suscetível a acidentes de trabalho. A vida opulenta e ociosa dos seus patrões contrastava com a vida miserável que suportavam, levando-os a uma “(…) tomada de consciência muito estimulada pelos ideários que estiveram na base da Revolução Francesa e conduziram ao ambiente social que desembocou, em 1871, na Comuna de Paris, e a proliferação de uma actividade sindical fabril…”(Fino. C. 2001,p.1), fazendo com que a classe dirigente tomasse medidas afim de acalmar os ânimos. Institui-se a escola pública dando oportunidade aos filhos dos operários de frequentarem a instrução primária, bem como os seus pais. Esta medida trouxe benefícios em termos financeiros, aumento da produção e de paz social, entre outros. A indústria foi desenvolvendo e inventando novas máquinas e produtos respondendo às exigências do mercado, tornando-se mais rigorosa na contratação da mão-de-obra, a preços reduzidos. A escola respondeu com eficácia às necessidades do mundo industrial, formando jovens capazes de se adaptarem ao novo modelo de produção. A solução só podia ser um sistema educacional que, na sua própria estrutura, simulasse esse mundo novo.