construcionismo social
A história do construcionismo social está inserida no contexto do desenvolvimento da ciência, pautada por três críticas que contribuíram para a construção de uma concepção alternativa do conhecimento como posse do indivíduo: a crítica social, a ideológica e a retórico-literária. A crítica social emergiu de autores tais como Marx, Weber, Scheler e Karl Mannheim, que estavam preocupados com a gênese social do pensamento científico. De particular importância para o construcionismo foram os estudos dos processos micro-sociais presentes na produção científica, seja na construção do fato científico, nas práticas discursivas de autolegitimação, ou na influência do grupo na forma como os dados são interpretados.
Já a crítica ideológica possui uma forte identificação com ‘teoria crítica’ da Escola de Frankfurt - Horkheimer, Adorno, Marcuse, Benjamim e outros. Esta crítica está presente atualmente em diversos setores das ciências humanas. Ela busca explicitar os acontecimentos presentes na construção de determinadas teorias, decorrentes de seu compromisso com grupos sociais específicos. A crítica retórico-literária, por sua vez, busca mostrar como as descrições e explicações científicas são determinadas pelas regras de apresentação literária. Em paralelo aos estudos literários, a investigação retórica aponta as formas pelas quais tais descrições ganham seu poder persuasivo, através do uso de determinadas metáforas, e formas específicas de apresentação da relação autor/leitor e do objeto descrito. Ela desloca a investigação do objeto para os meios de sua apresentação. A partir desta crítica, o texto científico fica então aberto para análise de suas metáforas, as quais não são derivadas da observação, mas “servem como estruturas retóricas através das quais o mundo observacional é construído” (Gergen, 1997, p. 41). Assim, estas três críticas redimensionam as teorias científicas, explicitando seu caráter comprometido, sua