Considerações intempestivas capítulo 1
Capítulo 1- A Busca da Felicidade e o Mar do Esquecimento
O homem, como ser histórico e social, como tal se orgulha da sua humanidade, mas ao mesmo tempo, sente inveja dos animais, que sempre ignoram o que se passou, e só vivem o presente, é nesse sentido que o ser humano busca a felicidade e se ve sempre encurralado em seus pensamentos, porque já não consegue se libertar dos males e dos fantasmas que o passado traz a tona, por esse motivos é que se sente incomodado e por vezes desanimado em observar que os animais comuns não tem esse tipo de preocupação.O homem também admira a si próprio pelo fato de não conseguir esquecer, pois por mais distante que possa chegar, nunca se sente completo, sempre falta alguma coisa para prende-lo, para aprisiona-lo, para fazer com que sua vida perca completamente o sentido.O animal vive uma vida completamente não-histórica, porque não importa a ele os fatos que se sucederam, estes pesam e fazem feridas aos homens, que podem ser admirados ou esmagados por eles.O ser humano, então, olha para os simples animais e os considera um refúgio, tal como um último paraíso perdido de tranquilidade, sossego esse que não podem se dar ao luxo de ter.Somente a morte traz o esquecimento definitivo tão buscado durante toda a sua vida.E a própria vida vive de se negar, de se consumir, de se contradizer a si própria.Talvez os animais sejam cínicos, pois somente o cinismo de esquecer o que aconteceu é que pode fazer com que encontremos a felicidade.Podemos buscar essas coisas somente se nos sentirmos momentaneamente fora da história, porque o homem esquecido de tudo, não pode saber desse modo o que é a felicidade e não pode por conseguinte fazer os ooutros também a sentirem.Aí temos um verdadeiro problema, porque é possível viver sem recordar, mas não dá pra esquecer!Há uma verdadeira força plástica, que faz com que esse mesmo homem assimile e organize o seu passado, a fim de prepara-lo para seu