Considerações gerais e conceituais acerca da gestão participativa no contexto escolar
1.1. Breve histórico das experiências democráticas e participativas
No Brasil, a década de oitenta foi marcada pela luta dos movimentos sociais e da sociedade como um todo pelo fim do regime militar e a redemocratização do país. Na educação, a valorização profissional, a implantação da gestão democrática e a qualidade do ensino eram temas que compunham a pauta de luta dos educadores nos diferentes níveis de ensino.
Sabemos que o Brasil tem uma história que criou uma cultura de comandos autoritários de mandatos legais, baseados mais no direito da força do que na força do direito. E mudar mentalidades formadas para a submissão, o respeito à ordem e a obediência às regras impostas, não é tarefa fácil. Por conseguinte, encontramos, em nosso meio, comportamentos de toda ordem, explicitando à inércia, a rivalidade, o corporativismo, o preconceito, a desconfiança, o desinteresse pela mudança e pelo novo, o conformismo, a falta de perspectivas e a capacidade de enxergar novas possibilidades.
Nesse sentido, Freire (2003, p.11) já nos alertava de que como seres políticos, os homens não podem deixar de ter consciência do seu ser ou do que está sendo, e “é preciso que se envolvam permanentemente no domínio político, refazendo sempre as estruturas sociais, econômicas, em que se dão as relações de poder e se geram as ideologias.” A vocação do ser humano não é de ser dominado, massacrado, modelado ou dirigido, mas de “ser mais”, fazer e refazer sua história, intervindo no seu meio.
É certo que vivemos em um país cuja opção de governo é a democracia. Denomina-se democracia (do grego demos, “povo”, e kratos, “poder”) uma forma de organização política que reconhece a cada sujeito como membro da comunidade, o direito de participar da direção e da gestão dos assuntos públicos. Assim, podemos afirmar que democracia é um regime de governo no qual o poder de tomar importantes