Consequências do Capitalismo. Breve análise do documentário Ilha das Flores.
Breve análise do documentário Ilha das Flores.
“Na sociedade capitalista a intersecção do domínio sobre o dinheiro, o tempo e o espaço forma um nexo substancial de poder social que não podemos nos dar o luxo de ignorar.” (David Harvey)
O atual modo de consumo e produção capitalista tem como maior consequência a desigualdade social. O grande acumulo de capital em poucas mãos resulta nessa gritante desumanização, onde poucos tem muito e muitos não tem nada. Percebemos essa realidade exposta pela sociedade quando andamos pelas grandes cidades do nosso país (Brasil) e nós deparamos com pessoas dormindo ao relento, crianças pedintes por todas as partes e seres humanos vasculhando lixo atrás de alimentos. O cineasta Jorge Furtado buscou retratar essa realidade em 1989 com seu documentário Ilha das Flores, que leva o nome de um espaço onde residem pessoas, porcos e lixo. Ele mostra o âmbito do modo de produção capitalista com sua força inexorável e imbatível. Perpassa pelo processo de produção, interligações, desdobramentos para gerar lucro, mão de obra, matéria-prima, relações de trabalho, relações de poder, comércio, mercantilização dos produtos e como esses produtos viram resíduos que então viram alimento para os moradores da Ilha das Flores. A péssima distribuição de renda existente no capitalismo e retratada por Jorge Furtado coloca humanos posteriores a porcos em uma lista de prioridades. Lista fictícia porém seguida pelos funcionários do dono do terreno e também dono dos porcos, eles devem depositar os resíduos para os porcos e assim que terminarem então é aberta a exceção para os humanos entrarem organizados e retirarem o que acreditam que seja bom para uma refeição, assim, “Aquilo que foi rejeitado pelos porcos agora está disponível para alimentar as pessoas que vivem na Ilha das Flores”. Fica claro que ter “telencéfalo altamente desenvolvido” e “polegar opositor” não favorece ninguém no modo de produção