Consequência do PIB fraco afeta de investimentos a empregos
A cada divulgação de dados oficiais fica mais nítido que a economia brasileira patina pelo segundo ano consecutivo. Neste cenário, analistas dizem que, se o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) crescer 2% em 2012, já pode ser considerado um bom resultado, isso poque aumentam as apostas entre 1,5% e 1,8%. E o ritmo fraco do PIB começa a ser sentido na vida dos brasileiros, que estão mais receosos e temem que a crise se agrave, o que pode esfriar ainda mais a economia.
Mas o que significa para o Brasil crescer 2% ou menos este ano? Economistas ouvidos pelo GLOBO acreditam que os problemas tendem a ser cada vez mais sentidos pelas pessoas no seu cotidiano e pelas empresas. Uma forte redução dos investimentos causados pela frustração dos empresários, que esperavam crescimento na faixa de 4%, deve dificultar ainda mais a criação de empregos.
Além disso, a renda per capita no país pode ter uma variação muito baixa e o salário mínimo deverá ter um crescimento fraco em 2014 — a atual regra faz com que o salário básico da economia seja reajustado levando em conta a inflação do ano anterior e o PIB de dois anos antes.
— Nossa projeção de crescimento é de 1,8% este ano e, depois dos últimos dados da produção industrial, está cada vez mais fácil que o crescimento fique perto de 1,5% do que de 2%. Apesar das medidas, como o corte de juros, não está garantido que a economia se aqueça no segundo semestre. E, se essa perspectiva não mudar, os problemas serão cada vez mais sentidos — afirma Armando Castelar, coordenador de Pesquisas Aplicadas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Para o professor, a criação de empregos fica mais prejudicada. Ele lembra que um fenômeno pouco usual fez com que, nos últimos anos, o emprego e a renda se mantivessem crescendo acima da economia: as vagas foram abertas em setores muito específicos e intensos em