Conselho aos jovens Aspirantes
Prezado Aspirante,
Já há algum tempo, tenho pensado, consequência de minha experiência de vida e desse primeiro ano de Comando na Escola Naval, em escrever algumas linhas, no sentido de transmitir, a vocês Aspirantes, umas certas orientações, que pudessem servir de balizamento, não só para a vida militar-acadêmica em Villegagnon, mas, também, como uma motivação adicional para a carreira de Oficial de Marinha, que todos nós marinheiros livremente escolhemos. Assim sendo, esta “Carta aos Aspirantes” não substitui e nem complementa a publicação “Nossa Voga”, que é muito mais abrangente e completa. Pretendo, por meio dessa missiva, tratar de alguns assuntos, importantes para a nossa Escola e para a formação de vocês (o futuro de nossa Marinha) que, um dia, serão os Comandantes de nossos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, além dos Diretores dos nossos Depósitos de Intendência. Enfim, tenciono fazer uma abordagem sincera e direta de tudo aquilo que a Marinha espera de seus Sentinelas dos Mares, para que a nossa Instituição, crível perante a sociedade brasileira, mantenha-se coesa, disciplinada e profissionalmente desenvolvida. Nesse sentido, dividirei essa Carta nas seguintes partes:
a) A Vida Acadêmica
Historicamente, a vida acadêmica na Escola Naval é “puxada”, uma vez que a Marinha pretende que os seus Oficiais combatentes tenham uma formação sócio-cultural, composta por conhecimentos básico, profissional e militar-naval, similar às melhores Academias Navais do mundo. Para isso, nossa Instituição investe recursos financeiros e humanos em uma invejável estrutura de apoio ao ensino, que é referência em nosso País. Tenha certeza que tudo é feito na Escola Naval objetivando fornecer aos Aspirantes as melhores condições para o desenvolvimento do tirocínio e de suas capacidades cognitivas.
Assim, a Escola Naval organiza seus currículos escolares pretendendo que eles sejam abrangentes