Conotação e denotação

| Roland Barthes e a Retórica da ImagemRoberto Acioli Em A Retórica da Imagem(1), Barthes têm como objetivo mostrar que, na busca de um idioma da imagem, devemos considerar denotação e conotação como elemetos concomitantes e inseparáveis(2). Em sua opinião, o mundo do sentido está dividido entre esses dois elementos e a comunicação de massa mostra isso. Sem entrar no mérito das conceituações específicas de Roland Barthes a respeito da conotação e da denotação, o que extrapola os objetivos deste resumo de idéias que segue, considero razoável partir de uma definição genérica dos termos(3). O significado denotativo surge quando um signo indica direta e objetivamente um objeto referente, orientando-nos na realidade. O significado conotativo surge nas interpretações subjetivas ou pessoais. A partir de elementos concretos (denotativos), a imaginação (articulada ao campo simbólico e cultural) constrói novas realidades. Um pôr-do-sol denota o fim de mais um dia, e pode conotar serenidade, saudade ou solidão, dependendo da sujetividade individual(4). A partir da análise de uma propaganda publicitária, os pacotes de massas Panzani, Barthes observa a interação entre texto e imagem, iluminando as distâncias entre a imagem na publicidade, história em quadrinhos, desenho, fotografia e cinema. De uma forma ou de outra, a imagem está ligada à significação(5), mesmo que possa eventualmente nos levar até o limite do sentido. Ao longo de todo o artigo, Barthes faz algumas perguntas que todos os envolvidos com o tema deveriam se impôr: como o sentido chega à imagem ? Onde termina o sentido ? E, se termina, o que existe além dele ? São perguntas simples, mas que escondem o turbilhão de problemas teóricos e práticos criados em torno da Imagem numa sociedade racionalista como a nossa. Em princípio, pode parecer que Barthes diminui o valor do discurso publicitário ao admitir sua natureza essencialmente funcional na utilização da imagem: ela informa mas não