Conjuração ou Inconfidência Mineira de 1789

O movimento rebelde que ocorreu na Capitania de Minas Gerais em 1789 é chamado de Inconfidência Mineira, já que do ponto de vista metropolitano, tratou-se de um movimento de traição e alta infidelidade ao soberano luso. Porém, esse episódio também pode ser chamado de Conjuração Mineira, já que os participantes do movimento se consideravam conjurados, por conspirarem em favor de seus interesses, e não traidores. A principal motivação para esse movimento foi a insatisfação generalizada dos moradores da capitania de Minas, sobretudo dos setores mais ricos, com a administração portuguesa e sua política de arrecadação de impostos que eram adotadas para a região. A principal reivindicação dos conjurados era em relação a derrama, imposto individual e proporcional aos rendimentos de cada um dos colonos contribuintes, que era decretado pelo governador da Capitania caso a cota anual de cem arrobas de ouro não fosse atingida. Indignado com as ações do governador D. Luís da Cunha Menezes, Tomás Antônio Gonzaga escreveu duas vezes à rainha D. Maria I, denunciando o despotismo do governador, a quem acusava, entre outras coisas, de suspender dívidas com o fisco sem ser pelos meios competentes e de julgar questões a seu bel-prazer. A soberana então providenciou a substituição de Cunha Menezes por Luís Antônio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena. Barbacena não foi bem recebido pelos colonos em Minas, já que estes o associavam diretamente à decretação da derrama. Se dando conta do potencial explosivo contido em uma ordem de cobrança forçada de impostos atrasados, Barbacena já havia decidido suspender, em curto prazo, qualquer plano no sentido de executar a derrama. Porém, a ameaça de confisco continuava e os homens mais endividados da capitania resolveram organizar um levante contra o governo metropolitano, o qual teria início quando fosse decretada a derrama. Os conjurados desejavam a separação da Capitania das Minas Gerais do resto da