conjuntura
Portanto, a solução de cortes no orçamento me parece problemática. Creio eu que, do ponto de vista econômico, o correto seria cortar em mais de 30% os salários dos funcionários públicos. A razão é simples: os salários dos funcionarios públicos estão artificialmente acima do salário de Mercado. Pelos dados que conheço, creio que chegam a ser mais de três vezes o salário de Mercado.
Finalmente, quanto a sua crença no Mercado para legitimar o patamar de juros que o governo paga, creio estar correta. Mas isso não invalida meu argumento de excluir a indexação da selic à dívida pública. Acho que ,se o governo fosse para o Mercado internacional, conseguiria trocar os juros que paga atualmente pelo praticado no Mercado internacional, ainda mais contando com a possibilidade de oferecer em garantia as reservas do banco central que, como sabemos, num mundo de câmbio flutuante, é totalmente desnecessário que o governo (Banco Central) carregue em seu portfolio o volume que hoje carrega.
Fica claro que não há opções de ajuste fiscal permanente, consistente e com efeito a longo prazo que se baseie apenas no “enxugamento de desperdícios nas despesas de custeio”. Embora seja salutar e desejável que se busque cortar desperdiícios, o ajuste necessário vai além e requer reorientação da ação do Governo em políticas relevantes. É preciso, inclusive, tomar medidas que ajustem a despesa em itens que não foram aqui analisados, como a despesa de pessoal, investimentos e inversões