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O desenvolvimento das indústrias possibilitou a absorção de grande parte desses trabalhadores na zona urbana. Muito por conta da constituição da burguesia brasileira que se caracterizava por um elevado entrosamento entre famílias de cafeicultores e de empresários imigrantes, realizado principalmente por meio de casamentos (MENDONÇA, 2000, p.20). Entretanto, as condições de trabalho do operariado na Primeira República eram bastante desfavoráveis. A maioria chegava trabalhar quinze horas por dia, de segunda a sábado, às vezes, forçados a trabalharem também no domingo. E quando demitidos não tinham direito a indenização, aviso prévio e outros direitos trabalhistas assegurados atualmente.
A falta de saúde e higiene, o assédio (sexual e moral) e o ambiente hostil pareciam não preocupar os donos das indústrias. A ocasião de doenças, de acidentes de trabalho e de violências, sobretudo sofrida pelas crianças operárias, era comum nos locais de serviço.
"Os trabalhadores menores, de 7 a 14 anos, eram as principais vítimas dos mestres e contra-mestres, que os castigavam com espancamentos, sopapos, pontapés e puxões de orelha (&) Os mestres e contra-mestres também seduziam mulheres operárias em troca de máquinas mais produtivas ou de melhores salários. Caso não cedessem a essas propostas, elas eram perseguidas com multa, descontos ou máquinas enguiçadas" (RIBEIRO, 1989, p. 13).