Conhecendo os inimigos que temos dentro
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
O quadro das deficiências que a criatura humana apresenta, desde que nasce até o final de sua velhice, poderia parecer desalentador. Entretanto, isso não deve abater o ânimo, pois é preferível conhecer que inimigos temos dentro, para combatê-los com lucidez mental, a ignorá-los, enquanto ficamos à mercê de sua influência, suportando docilmente a maioria dos desgostos e depressões que nos acarretam. E se comprovamos que uma ou outra deficiência não existem no âmbito pessoal, acaso não é um efetivo humanismo o que se pode exercer, ajudando os demais a se desprenderem delas? A ausência de um gesto dessa índole poria a descoberto uma falha censurável, o egoísmo, que revela falta de solidariedade humana.
A forma que usamos para apresentar essas realidades impede criar um complexo de inferioridade em quem quer que seja, pois oferecemos os conhecimentos que permitem ao homem desembaraçar-se de tão penosa carga; e já se sabe com quanta força revive a árvore depois que lhe podamos os galhos inúteis, livrando-a das pragas que a consomem.
Ao revelar ao entendimento individual essa realidade que se desconhecia, ou que se resistia a conhecer, como é a do enraizamento de deficiências em sua própria vida, não foge ao nosso propósito neutralizar o complexo de superioridade que a maioria das pessoas apresenta em sua psicologia, que dissimula as falhas psicológicas que tanto afetam o desenvolvimento das possibilidades mentais e espirituais que todo ser humano possui. Isso haverá de levar o investigador consciente a deter seu exame e sua análise sobre nossos pronunciamentos, bem como a observar com serenidade de juízo a utilidade que pode extrair deles, desde que se coloque em atitude imparcial ao fazer suas apreciações pessoais.
Nosso ensinamento destrói a inconsistente e presunçosa afirmação:
"Pau que nasce torto morre torto"
pois que, ao modificar as causas que determinam a