Confúcio e a China atual
O filósofo Confúcio viveu na China entre os anos 551–479 a.C. e sua doutrina marca profundamente o povo chinês até hoje. O confucionismo, ou seja, a religião e ética tradicional que eram anteriores a Confúcio, foram sistematizadas e assimiladas pelo povo e os letrados e, apesar de duas gerações de doutrinação materialista e marxista, formam ainda o substrato mental do povo chinês, aparecendo na vida e nas manifestações, especialmente as familiares. Não se pode entender a China se não se conhecem pelo menos as idéias gerais inculcadas em cada cidadão pelo confucionismo.
A transmissão dos valores da família, o culto dos antepassados, o respeito entre familiares (não às mulheres, porém) eram um dos pilares do confucionismo, como encontramos nos textos de Confúcio: “Um jovem em casa, deve amar os seus pais e fora de casa respeitar os velhos”; “os sacrifícios prestados aos antepassados fundam-se nos sentimentos da lembrança, da saudade. Eles são a expressão do mais elevado grau de fidelidade, amor e respeito. Somente o santo (homem perfeito que vive plenamente a sua humanidade) entende plenamente o seu significado.”
Muitas famílias pobres mantêm, em casa, o altar dos antepassados, onde guardam suas relíquias e diante do qual acontecem todas as cenas domésticas mais importantes, com o matrimônio, as saudações, as festas do ano novo, etc. Somente o filho mais velho pode oferecer incenso aos seus ancestrais. A mulher, embora o confucionismo afirme que o homem deve ter o espírito feminino (doçura e amor), não é totalmente reconhecida como pessoa com iguais direitos aos dos homens. Relegada a um lugar secundário, ela podia ser vendida entre as famílias para dar filhos e ser concubina. Apesar do materialismo que proclamou igualdade de direitos entre os sexos, o preconceito ainda resiste aos novos conceitos da sociedade chinesa.