Confrontando a verdade
Esta resenha se baseará na obra de Boaventura de Sousa Santos2, um discurso sobre as ciências, e terá como contraposição crítica as ideias expostas por John Searle3 em sua obra mente, linguagem e sociedade. O principal foco de oposição entre eles se encontra na questão realista, sendo Searle adepto ao realismo (as coisas são o que parecem ser, pois a realidade independe de qualquer pensamento ou ação) e Boaventura adepto do irrealismo (a realidade existe só na imaginação e na conceptualização da mente humana).
Em seu livro, Boaventura de Sousa Santos, enuncia a existência de um paradigma dominante que segundo ele é um modelo no qual acreditava-se que todo o conhecimento deveria ser mediado por um método rigorosamente científico. Ao longo da história houve quem afirmasse ser possível descobrir as leis da sociedade da mesma forma que foram descobertas as leis da natureza. Entretanto havia algo que obstruía esse estudo, que seria a subjetividade do comportamento humano, a qual impedia de ser feita nas leis sociais a mesma análise que era feita nas leis naturais, marcando então a crise do paradigma dominante.
Enuncia em seu trabalho um paradigma novo que surge as poucos, porém ainda com forma apenas especulativa, este sendo o paradigma emergente. Diz ele que o tal paradigma se configura como uma revolução científica que ocorre numa sociedade também revolucionada pela ciência, “(...) o paradigma a emergir dela não pode ser apenas um paradigma científico (o paradigma de um conhecimento prudente), tem que ser também um paradigma social (o paradigma de uma vida descente)”4. Contrapondo tal afirmação, pelos ideais de Searle, o conhecimento, a realidade não depende de nada, pois é absolutamente independente de qualquer representação ou interpretação que possam fazer, está é a ideia básica do realismo externo que ele defende.
O sociólogo apresentará o paradigma emergente de acordo com 4 subdivisões. A primeira seria a afirmação de que todo