Conflitos Religiosos
Os conflitos são classificados em quatro categorias, de acordo com as forçasem luta. A primeira envolve dois ou mais Estados. As demais são disputas internas:guerra civil ou guerrilha para mudança de regime; separatista resultante de ocupaçãoestrangeira; e separatista no interior de um Estado. Os conflitos podem também ter forteconotação étnica ou religiosa. A guerra civil no Afeganistão, por exemplo, opõefundamentalistas muçulmanos da milícia Taliban (patane) a grupos islâmicos de outrasetnias (tadjique, uzbeque e hazará). A origem religiosa distinta é fonte de tensão no SriLanka, onde tâmeis (hinduístas) e cingaleses (budistas) estão em luta desde os anos 80.Estes acontecimentos ressuscitaram a inquietante pergunta acerca da relaçãoentre violência, guerras e religiões. Seriam elas fator de paz ou contribuiriam paraagravar tensões e conflitos, com um componente explosivo, pois falam em nome deDeus e trabalham com a noção de absoluto inclusive ético?Este clichê, “guerra de religiões”, passou então a ser usado como chave deleitura para muitos outros conflitos contemporâneos.O da Irlanda do Norte, por exemplo, em que distritos de maioria católica desejamseparar-se dos outros de maioria protestante e juntar-se à República da Irlanda, vemsendo descrito como uma guerra entre “protestantes e católicos”.O choque “palestino-israelense”, por conta das terras palestinas ocupadas pelo Estadode Israel, a partir de 1948 e, sobretudo depois da guerra dos seis dias, em junho de1967; por conta de 4,5 milhões de refugiados palestinos, com direito a retornarem aoterritório de onde foram expulsos; por conta das quase trezentas colônias judaicasimplantadas ilegalmente nas escassas terras palestinas; por conta da difícil repartição daágua, bem essencial, escasso e mais caro do que o petróleo na região; por conta doimpasse sobre Jerusalém, cidade santa para judeus, cristãos e muçulmanos; por contaenfim da terrível violência mútua,