Conflitos oriente medio
Marcelo Brandão - Agência Brasil 22.07.2014 - 23h55 | Atualizado em 23.07.2014 - 07h28
Já passa de 600 o número de palestinos mortos no mais recente conflito na Faixa de Gaza e, apesar do pedido do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pela paz no território, a solução não parece simples nem próxima. Para a jornalista brasileira Guila Flint, que mora em Tel Aviv e faz a cobertura do Oriente Médio há 20 anos, o cenário tende a piorar antes de palestinos e israelenses chegarem à paz.
“Eu acho que ainda vai piorar muito antes de ter uma solução. Pode ser que esse capítulo de agora termine em breve, nos próximos dias, mas isso não exclui a possibilidade de que daqui um ano ou seis meses haja uma nova erupção, um novo capítulo sangrento”, disse à Agência Brasil. Para ela, as recentes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contribuem para a sequência dos conflitos.
“Eu acho que é um conflito de muito difícil solução porque o governo de Israel claramente não está disposto a abrir mão dos territórios ocupados. Esta é uma frase [sobre os territórios] que contradiz totalmente a suposta visão de dois Estados que Benjamin Netanyahu dizia ter”, explicou a jornalista, referindo-se a um discurso de Netanyahu na Universidade de Bar-Ilan, perto de Tel Aviv.
“A partir do momento em que esta é a posição do governo israelense [não abrir mão dos territórios], fica muito claro que a solução para o conflito entre Israel e palestinos está muito distante. Acredito que, até que haja uma solução, vai piorar muito”, explicou a jornalista, que participou do programa Espaço Público, da TV Brasil, na noite de hoje (22). Guila, no entanto, vê razões para que a recente ofensiva chegue a um cessar-fogo em breve.
Entre as razões para a pausa no conflito, segundo ela, está o isolamento do Hamas, grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza. O Hamas não tem