Conflito angolano
Desde a última década do século XX, verficaram-se importantes mutações na configuração política e económica do sistema internacional. Com efeito, as sociedades Africanas foram desde esta época condicionadas por fortes pressões decorrentes destas mudanças, que se projectaram em tensões e conflitos.
A localização geoestratégica de Angola que lhe coloca como porta para Africa Austral e como vector para a parte Central de Africa, a par de ser um fornecedor mundial de materia prima, tornaram-na numa peça fundamental no quadro da estratégia da Guerra-Fria.
Assim, o presente trabalho vai analisar o conflito Angolano que foi ao longo das ultimas três décadas um dos principais factores de instabilidade na África Austral, não apenas pela sua intensidade mas sobretudo pela dimensão do envolvimento externo e, ao fazer-se a abordagem deste conflito e das suas implicações será contextualizado na conjuntura regional e internacional, e terá certamente uma referência de sua historia.
1. ANTECEDENTES
1. PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO
Uma das consequências da IIª Guerra Mundial, foram as independências que se registaram na Ásia e em África. Apesar deste movimento independetista, Portugal foi ignorando todas as iniciativas e por essa razão, em 1956, entrou em litígio com a ONU por não ter respeitado o art.º 73º da Carta das Nações Unidas, que exigia o reconhecimento dos direitos de todos os povos à independência e a se governarem a si próprios.
Nos anos 60, com o acesso à independência de vários Estados Africanos sobretudo das ex-colónias Francesas e Inglesas, e dada a renitência de Portugal em ceder as independências de suas colónias, as Nações Unidas adoptaram a Resolução 1514/60 de 14 de Dezembro, que proclamava a necessidade de pôr fim rápida e incondicionalmente ao colonialismo sob todas as formas e manifestações.
Mas, só em 1974, depois de anos de