Confissões de Santo Agostinho
Curso de História da Filosofia Medieval
Porf. Pe. Paolo Cugini
Estudante – Dailson Brito da Silva
CONFISSÕES
Santo Agostinho; São Paulo: Paulus, 1984
Aurélio Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste. Filho de Patrício, um pagão africano romanizado e Mônica, uma cristã piedosa. Desde a infância apresentou aptidão para a filosofia. Em Cartago, capital da África Romana estudou retórica, dialética, geometria, música e matemática. Foi professor de gramática em sua terra natal e abriu uma escola de retórica em Cartago. Em 383, embarcou para Roma onde lecionou. Aos 32 anos converteu-se ao Cristianismo pela pregação do bispo Ambrósio. Foi padre em Hipona onde sucedeu o bispo Valério no episcopado. Escreveu 93 tratados em 232 livros e ainda cerca de 500 sermões e 217 cartas.
Escreveu as Confissões entre 397/398, e dividiu-as em treze livros. A primeira parte (livro I ao IX) é autobiográfica, no livro X ele faz uma autoanálise de sua posição ético-religiosa e a terceira parte (livro XI ao XIII) traz uma meditação sobre os primeiros versículos do livro do Gênesis.
LIVRO I – Do nascimento aos quinze anos
Agostinho dá abertura ao seu livro louvando a Deus, Senhor de tudo, pelo qual todas as coisas existem inclusive ele, criatura alimentada e cuidada por Deus. Agostinho, apesar de não se lembrar, narra os seus primeiros meses de vida a partir do que lhe foi dito e do que observa em outras crianças e questiona-se também se existia antes de vir ao ventre materno (doutrina neoplatônica da preexistência da alma). Ele analisa até os atos instintivos deste período como manifestações da concupiscência. Passada esta primeira infância, Agostinho aprende a falar e vai à escola para aprender as primeiras letras. Ele preferia jogar bola e ir ao teatro, devido a isso, sofre castigos e coerções para escrever, ler e estudar. Repugnava o grego e as primeiras noções do latim. Gostava daquele latim ensinado pelos gramáticos que