Confiança e Medo na Cidade por Zygmunt Bauman
Apresentação
"Como se manifesta a experiência quotidiana nas zonas de habitação da nossa cidade? Existe ainda um modo de pensar, um padrão de comportamento, um momento nas relações capaz de constituir um terreno comum sobre o qual possamos fundar uma confiança recíproca? Ou serão a fragmentação e a precariedade processos tão profundos que aumentam a distância social e a indiferença? Os outros serão apenas uma ameaça ou, pelo contrário, sujeitos com os quais temos o dever de conviver e cooperar? O que prevalece, o medo ou a confiança?"
(...)
"Falei dos imigrantes. Pois bem, graças aos imigrantes que procedem de lugares remotos, o «choque de civilizações», mencionado por Samuel Huntington, transformou-se de súbito num encontro de vizinhos (...). Podemos aplicar-lhes as belas palavras de Madeleine Bunting, uma perspicaz jornalista britânica, que afirma que o espírito da cidade se forma através da acumulação de minúsculas interacções quotidianas - com o condutor do autocarro, com os outros passageiros, com o vendedor do quiosque, com as empregadas de mesa dos bares - e através também de frases soltas, de saudações fugazes, desses pequenos gestos apressados que atenuam as ásperas arestas da vida urbana.
Pois bem, onde há seres humanos que aceitam e apreciam outros seres humanos e se esforçam por dialogar com eles, as diferenças culturais deixam de ser um casus belli.(...)"
Índice
Confiança e medo na cidade
Em busca de refúgio na Caixa de Pandora
Viver