Confiança no mundo corporativo
Antonio Fernando Rosa Dini* Dias atrás me chamou a atenção um título de livro: “Confiança – O Principal Ativo Intangível de uma Empresa”, de Marco Túlio Zanini. Depois de certa surpresa inicial, a reflexão seguinte enveredou por caminhos diversos. Por que o atributo confiança mereceria um tema de livro? Bem, fui tomado de assalto por várias razões, e a principal encontrada foi a constatação da crescente queda de valores éticos e morais no relacionamento humano, com consequências imediatas no mundo dos negócios. No Rio Grande do Sul há uma expressão que avaliza qualquer negociação: “vale o fio do bigode”. Nem tanto em uso hoje em dia, mas em tempos idos servia para caracterizar a confiabilidade numa transação qualquer. Parece que o valor confiança, um atributo tão importante a fazer parte de qualquer atividade humana (mormente comercial/financeira), está a ser enaltecido quando um agente ou corporação o desenvolve acima da média e se torna destaque, quando penso que essa seria a regra e não a exceção. A confiança, antes de ser demonstrada fora da empresa, deve estar presente no seu íntimo. E aí se encontram muitas falhas. No relacionamento interno falta confiança nos diversos níveis produtivos e diretivos, talvez impulsionada pelo estresse diário de metas a atingir, competitividade, riscos e perdas, manutenção a todo custo da empregabilidade. Uma atenção maior nos processos de endomarketing suavizariam esses gargalos nefastos ao bom desempenho produtivo e, se adotadas mais frequentemente técnicas de feedback, poder-se-ia eliminar a desconfiança no trato diário do relacionamento líder-liderado, com crescimento na área produtiva da empresa. Ora, se uma empresa cresce internamente no seu clima organizacional, com geração de um maior grau de confiabilidade entre os seus integrantes, certo está que esta mentalidade será exercida no trato com clientes e fornecedores, assegurando alta performance nas negociações. São tantos