Conferência de Durban
A Conferência de Durban foi muito importante para conscientizar que a escravidão, o tráfico negreiro e a colonização foram crimes contra a humanidade. Tratava-se de analisar as causas, os efeitos e as sequelas de tais práticas contra a dignidade humana, entre alguns países Porém não foi o fim de um processo, mas sim o início de uma longa negociação, com relação a compensações financeiras. Nesta conferência houve algumas divergências expressas a propósito de reivindicações e reparos, podendo classificar as registradas entre os participantes de origem africana e em seguida, referindo-se aos outros diferentes grupos regionais.
I - Divergência na África
Foram classificadas em quatro categorias as reivindicações de reparação, sendo:
* Posições contrárias às compensações financeiras a favor da dignidade – a qual enfatiza a importância da reparação ética e histórica e, assim, deixa um legado, uma lição às gerações futuras. Seria indecente pretender avaliar e recompensar monetariamente o sofrimento advindo com tal tragédia.
* Posições contrárias às compensações financeiras e a favor da reconciliação- avalia que a indenização para as injustiças causadas durante o período de escravatura e colonialismo não constitui uma opção racional, pois pode colocar em risco as relações entre os africanos do continente e os africanos da diáspora que sofreram a escravidão. O imperativo da reconciliação buscaria por outras soluções, na medida em que reparação alguma poderia compensar as perdas humanas, culturais e intelectuais sofridas pela África.
* Posições pela anulação da divida africana e pelo apoio maciço as desenvolvimento da África – enfatiza a dificuldade em calcular financeiramente a tragédia que se desenrolou por quatro séculos, da qual vários aspectos permanecem ainda por esclarecer. A elevada divida da África com os países que beneficiaram do tráfico negreiro, foi identificada como um item importante a ser considerado para a compensação, e tem