condições dos negros nos EUA depois da abolição
As vozes abolicionistas, que timidamente apareceram nos EUA no século XVIII, ganharam força com a eleição à presidência de Abraham Lincoln, opositor declarado da escravidão, em 1860. Convencidos de que seu modo de vida estava ameaçado, os estados do Sul se separaram da União e detonaram a Guerra Civil Americana. Em 1863, durante o conflito, Lincoln assinou a Proclamação da Emancipação, libertando os escravos dos estados Confederados e proibindo a escravidão em todo o país. Mas era apenas o começo da jornada.
No fim do século XIX, os estados do Sul, afetados economicamente com o fim da escravidão, promulgaram as chamadas leis Jim Crow, uma série de determinações para legitimar a discriminação racial e dificultar o acesso dos negros ao voto. Legislações semelhantes apareceram por todo o país, e a segregação passou a ser uma realidade nos EUA. Presídios, transportes públicos, escolas, restaurantes, cinemas e até cadeias tinham áreas separadas para brancos e negros – a dos negros, via de regra, em estados miseráveis. Casamentos entre brancos e negros ou seus descendentes eram proibidos em diversos estados, para evitar a miscigenação. Na Carolina do Norte, nem mesmo os livros da biblioteca poderiam ser consultados por negros e brancos – se o primeiro a retirá-lo fosse um branco, apenas os brancos teriam acesso ao volume.
Entre os anos de 1916 e 1930, uma onda de migração negra do sul