Condições do dizer do programa educacional de resistência às drogas e à violência proerd
“Daí a César o que é de César” – extraído de um comentário de João Baptista Villela (http://www.hottopos.com/videtur14/villela.htm), “quando respondeu ao grupo de fariseus e herodianos que lhe perguntaram se era lícito pagar o tributo a César (Mt. 22 15-22), Jesus não estava apenas reenviando seus capciosos detratores à iniqüidade de sua intenção. Mais do que isso, acabava de lançar as bases da separação entre a ordem da política e a ordem do espírito. A parêmia, que o evangelista Mateus fixou em termos lapidares, iria constituir-se, daí para frente, em espécie de fio subterrâneo que alimentaria, através dos séculos, todas as construções teóricas que assinam ao Estado e à Religião domínios distintos e que, sem serem reciprocamente impermeáveis, concernem a objetos próprios.”.
Esta mensagem traduz um cenário real vivenciado no país, retratado pela aclamação ambígua de uma sociedade em busca de fé, mas também de grupos em busca de segurança para o patrimônio ilícito arrecadado com a prática criminal. Essa citação é, sem dúvida, o manifesto de que igrejas e poder público detêm uma responsabilidade sobre os que os sustentam, e a busca de um ou de outro, é sempre uma demanda de fé, pois o crente cidadão é o mesmo crente religioso. Ao buscar a fé religiosa, este presume alcançar uma solução para o seu íntimo, uma resposta às argüições emocionais e psicológicas, e, ao buscar a fé no poder público, procura a resposta material para situações que o atingem em sua esfera carnal. É quando a falha omissa do poder público em encontrar soluções materiais direciona o povo confuso a uma procura desta resposta material no caminho da fé religiosa, deixando-o à mercê de instituições voltadas apenas ao locupletamento ilícito, que como um rebanho a ser imolado, segue fielmente as instruções de “estelionatários de carreira”. Não é, em hipótese nenhuma, a intenção deste trabalho questionar a fé, em uma ou outra esfera, e sim a de demonstrar