Condicionamento
A formação no Brasil de novos espaços denominados favelas unem em seu conceito pobreza e criminalidade assim considerados por classes ditas superiores. Além dos meios de comunicação de massa, há outros equipamentos sociais que trazem construções acerca do processo de constituição das subjetividades que unem pobreza e criminalidade. A miséria gerada pela acumulação de capital é interpretada pelo capitalismo como advinda de “vícios e ociosidades inerentes aos pobres e associada à mendicância e vagabundagem que se torna objeto de uma ética do trabalho sedimentado nas subjetividades que serviu à naturalização/ aceitação do capitalismo.”
Com a industrialização e o desenvolvimento da urbanização, as grandes cidades atraem e mantém pessoas da classe popular, que chegam em busca de emprego, e ai permanecem, ainda que sob condições subumanas.
Essa população vai sendo empurrada para regiões menos importantes, constituindo espaços considerados de “violência, banditismo e criminalidade” e produzindo a existência de duas cidades num mesmo centro urbano: as zonas nobres e os territórios de pobreza (as periferias). Isso ocorre mais fortemente quando essas áreas ocupadas possam vir a ser locais vendáveis para o mercado imobiliário.
Nesse contexto emergem as sociedades disciplinares que procuram controlar não só as infrações às normas cometidas pelos sujeitos, mas também o que viriam a infringir, pois estes “teriam misturas raciais indesejáveis, doenças físicas e morais de todos os tipos que estariam nas origens aos perigos sociais”.
Nos séculos XIX e XX o movimento higienista no Brasil se coloca contra os negros e mestiços, tendo como base o darwinismo social e eugenia esse movimento coloca que a sociedade brasileira deveria agir com um saneamento moral ligado a pobreza, onde as famílias pobres poderiam contaminar toda uma sociedade. De acordo com Machado essa limpeza social, é essencial para uma nação progredir. Morel outro